sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

É difícil


Nenhuma das coisas que eu faço, por fazer, por continuar, por não poder parar de escrever uma história, mesmo que picada, para poder chegar onde é fresco e, no final do dia, você vem. No final do dia você vem de verdade. É no trânsito sempre que você aparece pra mim. Aparece no metrô, na escada rolante, no caos dos restaurantes no horário do almoço, no meu banho pela manhã, na festa, no bar e na novela das oito. Tanta gente, tanta confusão, tanta coisa. Eu deixei de sentir tanta coisa por aí à fora porque, lá fora, é feio, fedido e sujo, e juro, já deu no saco ter que me sentir um saco de lixo fazendo a caridade de recolher entulhos por ai. Não dá mais tesão sentir tesão fugaz. Os dias passam lerdos pela necessidade que a gente tem, agora, de se arrastar, também, para o final das escolhas que vão deixar de ser um monte de vontades misturadas e acumuladas para se tornarem funcionais, pontuais e palpáveis, finalmente. A gente se esfrega forte no chão que é pra não ter que voltar pro fundo do poço nunca mais. A superfície está rasa e cheia de oxigênio esperando pelo respiro, de qualquer forma. Mas é estranho acordar de manhã e conviver, todo santo dia, com o reflexo me contando que, aquilo que se vê, é uma casca vazia. É difícil manter uma conversa de mais de três frases com alguém que exala testosterona, quando nenhuma virilidade do mundo é capaz de vencer a batalha contra os super-poderes, as super-habilidades e o super-espaço do super-homem, não o da capa azul marinho e sunguinha vermelha bem a la babado-bee, mas sim aquele que cresceu devagar dentro de mim, durante todo esse ano que você fez parte da minha vida. Difícil seria explicar pra mim mesma tantas certezas abafadas pela lucidez de uma vida regrada, linear e sem emoção. Tantas vezes tentei abrir a boca pra explicar pra meio mundo o porquê de o meu mundo ser melhor agora, ainda que com essa metade de mundo entre a gente. Acabava de boca mole e garganta seca porque a felicidade não é exatamente uma coisa bem recebida por quem não vai desfrutar dela. Os dias têm sido chatos, as noites longas, os banhos frios, o olfato nulo, a visão turva, o tato preciso... e sozinho. As coisas passam coloridas por mim, mas não conseguem brilhar o suficiente pra ofuscar o que berra fosforescente lá no fundo. Colorido por colorido, escolho o bom e velho preto e branco que, inclusive, encaixa melhor com a melancolia. Se for pra sofrer, que sofra bonito. Deixo que eles passem todos por mim, então. Deixo meus olhos se fecharem , meu coração estancar um pouco do sangue, minhas mãos se aquietarem onde eu possa pensar melhor em você. Deixo meu semblante de gargalhadas exageradas se acalmar num sorriso breve e lateral, tristemente esperançoso. Sofrer a falta de você dói tanto que me anestesia da dor. Não tem sido fácil, eu sei. Mas - sem sentir nada por te sentir tanto - eu decidi esperar por aquele dia em que, no final, você vem. De verdade.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009



Era uma tarde/noite sem muitas pretensões, como todas as outras, enfim. É, felizmente eu já tinha aprendido que sair de casa com algum tipo de pretensão não ajudava. Era uma tarde/noite de sábado como outra qualquer a não ser pelo fato que era aniversário de uma amiga minha, então. As minhas amigas sorriam aqueles sorrisos largos pros caras fortinhos das mesas do lado. Eu olhava em volta e não tinha um ser sequer naquele recinto que me fizesse abrir mais de meio centímetro da largura dos meus dentes. Não, não mereciam. Olhava em volta e via tanta gente bonita conversando. E a impressão que eu tinha depois de virar duas tequilas e tomar muita cerveja é que eles falavam todos um dialeto diferente do meu. A sorte é que eu consigo como ninguém manter o meu carão bem estampadinho na minha cara, e aí ninguém percebe o quanto eu acho todo mundo babaca, o quanto eu estou bebada e o quanto ter que fingir estar me interessando pelos assuntos sem graça da menininha sentada na minha frente me deixa puta. Chegou uma hora que eu já estava exausta de fingir e de beber, até que eu comecei a conversar com uns caras da mesa ao lado, conversa vai, conversa vem e do nada chegaram dois caras na mesa deles. Nem liguei porque eu ja estava no bar desde ás 13:30hrs e já eram 22:30, comecei a conversar com um desses caras que chegou, e por incrível que pareça ele tinha MUITA coisa em comum comigo.... Depois de muita conversa ele me comprou rosas e claro que depois disso chegou a hora de eu ir embora, dei tchau para todos os amigos dele e ele foi o ultimo. Ele pego meu numero e eu peguei dele, na hora que eu fui dar tchau, óbvio que acabou rolando um beijo (:Aí estava eu, dentro do carro do meu melhor amigo, exausta de tanto sorrir para paredes, louca pra chegar em casa, arrancar aquela bota, tirar aquela maquiagem escura, deitar na cama fofinha e dormir até que meu celular tocou e adivinha quem era? O tal cara que me deu as rosas e eu beijei (:Depois daquele dia, as coisas começaram a dar certo pra mim. Tudo que estava errado, começou a entrar num lugar simetricamente perfeito. O cara das rosas pode nem sonhar com o desfeixo, mas ele salvou minha semana e quem sabe a minha vida. A eu esqueci de comentar, ele acabou de terminar um namoro de 3 anos. E eu cheguei a conclusão de que a ex dele perdeu um cara incrível, e ele ganhou - como o esperado num final de namoro - um mundo de possibilidades, sonhos e planos. E sem querer, imediatamente, ele usou o mistério do seu cavalheirismo para me encantar. As flores estão todas lindas na água, vivinhas até hoje. E depois de quase uma semana ter conhecido esse cara, posso dizer com todas palavras que eu estou super envolvida. Sabe aquelas coisas de sentir frio na barriga quando um cara liga? Pois é eu sinto quando ele me liga e me manda mensagem (: